terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ciclo ISTO É JAZZ?


Hoje às 21h30 na Culturgest em Lisboa, dois excelentes intérpretes do Jazz.

Apesar da diferença de idades e de percursos os poder colocar em mundos diferentes, Paul Lytton e Nate Wooley partilham o mesmo gosto pela experimentação e pelo risco. Conheceram-se num concerto em Colónia em 2006; em 2007 editaram o seu primeiro disco em duo na Broken Research Records e na mesma altura fizeram uma digressão de dez dias pelos Estados Unidos. Durante essa digressão gravaram uma composição de Nate Wooley com David Grubbs no harmonium como convidado que saíra na Important Records em 2009. Tocaram com Fred Frith e ainda com Marilyn Crispell antes de entrarem em estúdio para gravar o seu segundo duo.

A sua música desafia os compartimentos do jazz, noise, silêncio e melodia, sendo até difícil descobrir momentos que se possam categorizar. Nate Wooley e Paul Lytton criaram uma linguagem musical muitíssimo original que vai mesmo além das estéticas que os definiram no passado, num diálogo sempre autêntico e por isso sempre em mudança, como o mundo que os rodeia.

Paul Lytton, conhecido como baterista do trio de Evan Parker (com Barry Guy no contrabaixo) há várias décadas, tem, desde há 40 anos, estabelecido novos territórios como baterista free, manipulador de electrónicas e inventor de instrumentos. Tal como Paul Lovens, John Stevens e Tony Oxley, Lytton está muito enraizado na tradição inglesa dos grandes experimentadores do ritmo e da cor, uma linguagem que já ultrapassou há muito os cânones do jazz. Durante muitos anos foi visto ao lado de improvisadores iluminados como Evan Parker, Barry Guy, Paul Rutherford, Alex von Schlippenbach, Paul Lovens, Marilyn Crispell, George Lewis e Ken Vandermark.

Nate Wooley é um newcomer que abalou a cena nova-iorquina como um dos primeiros músicos a misturar superiormente a improvisação europeia com o jazz norte-americano. Mostrou-se ao mundo da música improvisada com o seu CD em trompete solo, wrong shape to be a storyteller, curiosamente na portuguesa Creative Sources, em 2007. Nate Wooley cresceu numa vila piscatória do Oregon onde recebeu uma educação sólida de trompete-jazz. No entanto, abandonou a tradição jazzística para gravar e tocar com grupos de rock e noise como Melee, Graveyards e Akron / Family e gravou com grandes nomes do jazz moderno como Anthony Braxton, Tony Malaby, Joe Morris, William Parker, John Butcher, Ned Rothenberg, Ikue Mori e Steve Beresford.

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