quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pensamentos de mudança!

Há não muitos dias escrevia um dos nossos parceiros deste vosso " Razão e Vontade":

" Como é possível esquecermo-nos tantas vezes do óbvio? Daquilo que é o mais importante. As pessoas."


Assino em baixo desta afirmação e aproveito-a como ponto de partida de uma partilha de algumas opiniões com todos vocês.
Não que sejam inovadoras e iluminadas. Não que sejam exclusivamente minhas.
Mas porque vale a pena não as esquecer.
Mas porque sem elas muito do que fazemos não merece a pena.


Escutamos tantas vezes cidadãos com grandes responsabilidades falarem acerca das pessoas num minuto, lembrando-se apenas deles mesmos no segundo seguinte que nos tornamos cépticos.
Cépticos quanto às reais intenções de todo e qualquer um que tenha a coragem de falar em público acerca de amor pelo próximo.
Descrentes de que haja alguém que verdadeiramente pretenda trabalhar dia após dia para tentar criar um mundo melhor sem querer obter dividendos disso.
Cínicos quanto à possibilidade de existirem pessoas que, no exercício de funções públicas, apenas tenham como móbil servirem de instrumento para fazer algo melhor.
Talvez seja uma reacção natural.
É com certeza uma reacção humana.
Por ser natural e humana é a atitude correcta?
Julgo que é, pelo menos, tão errado o mentir como o duvidar da verdade.
Penso que em nenhum extremo reside a razão pura, plena e absoluta.
É na compreensão do próximo e na tentativa de nos colocarmos do lado de lá da barricada que reside a virtude da evolução.
Mas...
Porquê evoluir?
Porquê tentar mudar mentalidades?
Porquê fazer esforços quando muitos desistem?
Porquê?
Não sou dono da razão mas julgo que tudo se resume à ideia de que só quando dermos bons exemplos poderemos contrariar o status quo de desconfiança em que mergulhámos há muito tempo.

Estarão errados aqueles que dirariamente oferecem as suas vidas a cuidar dos outros?
Estão errados aqueles que lutam dia-a-dia em instituições que se dedicam a auxiliar aqueles que têm os mais diversos tipos de dificuldades?
Estão errados aqueles que, por todo o mundo, dão a mão aos excluídos tentando puxar esses que a sociedade parece que rejeita?

Não!
Não!
Não!

Serão apenas de esquerda os que demonstram preocupações sociais?
Serão apenas de esquerda os que podem falar em inclusão?
Serão apenas de esquerda os que podem apresentar propostas para diminuir as assimetrias na sociedade?

Não!
Não!
Não!

Desmistifiquemos então o que muitos pretendem que sejam dogmas.
Digamos então de forma clara que a verdade deve vir ao de cima.
Sejamos intransigentes na defesa de que não existe exclusividade no que aos assuntos sociais diz respeito.

Se o fizermos mudaremos o que nos rodeia primeiro e todo o mundo depois!

1 comentários:

Pedro Jesus quarta-feira, 12 de maio de 2010 às 15:23:00 GMT+1  

Concordo por completo com o teu texto.

A Obra ensinou-me que é no espírito de sacrifício diário, na abnegação, na penitência, na santificação no trabalho, que conseguimos alcançar os outros.

A vida prática ensinou-me que as preocupações sociais, o voluntariado, o dar sem pensar em algo em troca, é de todos. Dos políticos, dos religiosos, dos voluntários, dos activistas. Em suma, das pessoas.

No fim de contas, é o que somos - pessoas.

Um abraço!

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